Por muitos (curtos) tempos, interagimos com frequência notável neste fórum. Quando éramos usuários, quando você cresceu na equipe e também, well, quando tu já tava em uma posição descomunal acima de mim na hierarquia deste fórum.
Me encontrar neste ambiente com frequência - e, por conseguinte, obter minha posição neste fórum como um membro da equipe - nunca foi tarefa fácil pra mim. Eu fui sempre uma pessoa com afazeres significativos na minha vida exterior, e, por isso (e também por falta de determinação), nunca fui capaz de me manter aqui com uma frequência notável.
Foi por uma ironia do destino em que, no entanto, resolvi surgir aqui (pra ver como estão as coisas) e me deparei com uma mensagem extremamente direta, porém, com certeza, encoberta de dores escondidas pelo choque e pelas diversas maneiras que essa bagunça que é a nossa psique encontra pra nos impressionar e fazer com que nos distanciemos, conforme passa o tempo, da inevitabilidade da dor, mesmo que nós tenhamos perfeita ciência de que essa mesma dor continua lá, in situ, enrolada em uma miríade de imensuráveis sentimentos.
Não sou bom com palavras (apesar de você sempre ter me dito o contrário), pois não senti dor tão malevolente e dor tão taciturna quanto a que você está provavelmente sentindo neste momento, e, por causa disso, abster-me-ei de demais abstrações sobre o que tu deve estar passando agora. Eu só queria passar aqui pra ver como tá o fórum mesmo, e, agora, faço questão de me colocar a tua inteira disposição: Tens meus contatos, e sabe onde me encontrar para qualquer tipo de desabafo ou desventura da qual você, algum dia, necessite.
Em acordo com os ditos de Saramago na magnum opus "As Intermitências da Morte", venho aqui, mesmo ausente, prestar a nobreza de derramar lágrimas, sejam estas figurativas, reais ou simplesmente distribuídas em palavras simplórias e disformes, por aquele que nunca se conheceu. Esta noite, dorme em meus pensamentos um inexorável pesar diante da sua situação, e um desejo palpitante de que a languidez de tua família seja curta e seguida pelas melhores possíveis bonanças, que, mesmo frente a irrecuperabilidade da perda, os contentem em seu luto e sejam forças fundamentais para o seu reestabelecimento.
Como último regalo, deixo aqui pra ti uma recomendação de leitura para ajudar a fundamentar o prosseguimento de sua vida diante da perda. Entendo que sou quase que irrefutavelmente conhecido como cético, porém, este livro é muito além de um manifesto ideológico. Ele, por si só, é uma reflexão filosófica das melhores: Trata-se de "A Morte Na Visão do Espiritismo", de Alexandre Caldini Neto.
Grande abraço,
João/Dohv
Dúvida? Manda mensagem, tô aqui pra ajudar! :)
Teus ombros suportam o mundo
E ele não pesa mais que a mão de uma criança.
Por muitos (curtos) tempos, interagimos com frequência notável neste fórum. Quando éramos usuários, quando você cresceu na equipe e também, well, quando tu já tava em uma posição descomunal acima de mim na hierarquia deste fórum.
Me encontrar neste ambiente com frequência - e, por conseguinte, obter minha posição neste fórum como um membro da equipe - nunca foi tarefa fácil pra mim. Eu fui sempre uma pessoa com afazeres significativos na minha vida exterior, e, por isso (e também por falta de determinação), nunca fui capaz de me manter aqui com uma frequência notável.
Foi por uma ironia do destino em que, no entanto, resolvi surgir aqui (pra ver como estão as coisas) e me deparei com uma mensagem extremamente direta, porém, com certeza, encoberta de dores escondidas pelo choque e pelas diversas maneiras que essa bagunça que é a nossa psique encontra pra nos impressionar e fazer com que nos distanciemos, conforme passa o tempo, da inevitabilidade da dor, mesmo que nós tenhamos perfeita ciência de que essa mesma dor continua lá, in situ, enrolada em uma miríade de imensuráveis sentimentos.
Não sou bom com palavras (apesar de você sempre ter me dito o contrário), pois não senti dor tão malevolente e dor tão taciturna quanto a que você está provavelmente sentindo neste momento, e, por causa disso, abster-me-ei de demais abstrações sobre o que tu deve estar passando agora. Eu só queria passar aqui pra ver como tá o fórum mesmo, e, agora, faço questão de me colocar a tua inteira disposição: Tens meus contatos, e sabe onde me encontrar para qualquer tipo de desabafo ou desventura da qual você, algum dia, necessite.
Em acordo com os ditos de Saramago na magnum opus "As Intermitências da Morte", venho aqui, mesmo ausente, prestar a nobreza de derramar lágrimas, sejam estas figurativas, reais ou simplesmente distribuídas em palavras simplórias e disformes, por aquele que nunca se conheceu. Esta noite, dorme em meus pensamentos um inexorável pesar diante da sua situação, e um desejo palpitante de que a languidez de tua família seja curta e seguida pelas melhores possíveis bonanças, que, mesmo frente a irrecuperabilidade da perda, os contentem em seu luto e sejam forças fundamentais para o seu reestabelecimento.
Como último regalo, deixo aqui pra ti uma recomendação de leitura para ajudar a fundamentar o prosseguimento de sua vida diante da perda. Entendo que sou quase que irrefutavelmente conhecido como cético, porém, este livro é muito além de um manifesto ideológico. Ele, por si só, é uma reflexão filosófica das melhores: Trata-se de "A Morte Na Visão do Espiritismo", de Alexandre Caldini Neto.
Grande abraço,
João/Dohv
Dúvida? Manda mensagem, tô aqui pra ajudar! :)
Teus ombros suportam o mundo
E ele não pesa mais que a mão de uma criança.